quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Uma nova mulher

Ai tinha feito de novo! Ultimamente detestava agir assim. Perdera já a conta do número de vezes que prometeu mudar. Mas sempre voltava a acontecer, por qualquer contrariedade mais forte já ficava furiosa, gritava, discutia.
Escandalosa. Desde novinha se tornou “barraqueira” como costumam chamar. Achava mesmo que usou desse artifício para superar a timidez, cansada de engolir sapos e levar desaforos pra casa. Fôra de um extremo a outro.
Antes não, era calada sofria por tudo, uma palavra mal falada sem querer por ela ou recebida de alguém e lá se ia seu dia escorrido pelo ralo, toda amuada. Depois que mudou sentia-se aliviada após a explosão, sem ressentimentos.
Porém, com o tempo não tinha mais essa satisfação, pelo contrário, sentia culpa, remorso por não ter se controlado nem cumprido suas promessas, por ter sido mal educada, já cansada de tanta confusão na vida. Queria paz.
Pensou consigo que o homem na fila do banco mereceu o “sabão”, foi grosseiro e folgado.
Jurou que foi a última. Contaria até dez, respiraria fundo e não cairia mais nessa tentação de dar o trôco, com juros e correção monetária como era seu costume.
Foco na nova mulher.
No meio de suas conjecturas e planos toca o telefone.
-Alô – de má vontade, hora imprópria para tocar atrapalhando seus pensamentos.
-Boa tarde, a senhora esta sendo escolhida para aumentar a velocidade de sua internet.
O tal gerúndio que todo mundo enche o saco, uns usando outros criticando quem usa.    
-Não obrigada.
-Mas manteremos o valor com as mesmas vantagens, exceto.....e também não.....nem....após três meses um pequeno reajuste de apenas 90 por cento.......
-Já falei que não quero –a voz alterada- estou ocupada, não insista, que chateação. Bateu o telefone com estrondo.
Aiiiiiiiiiii, fez de novo!

Um comentário:

Elizabeth disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk,conheço essa pessoa!!!