sábado, 18 de dezembro de 2010
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Lilith
Deusa que representa a rebeldia da mulher contra o domínio masculino. Na Suméria ligada à guerra e ao prazer sexual. Na cultura hebraica tida como a primeira mulher de
Adão que, por não submeter-se a ele, foi expulsa do paraíso.
Esquecida e renegada durante muito tempo, com o início da luta pela igualdade da mulher seu mito foi resgatado.
Na astrologia Lilith é a Lua negra, ponto do mapa que revela o lado “sombra”, pontos obscuros de nossa personalidade, egoísmo, situações em que podemos ser levados a trair ou sermos traídos, onde podemos cair em tentações, frustrações e até mesmo onde podemos ter problemas físicos, geralmente ligados à área sexual , reprodutiva.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Versos
E quero dar-te sereno
um amor de tão loucura
grande, impossível, rasgado
molhado de tanta ardência
amor de ficar doendo
de tudo que é marca e jeito
desses que se carregue
pra sempre na carne e no peito.
(B. Lombardi)
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Textos...
Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, uma alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.
Fernanda Mello
domingo, 12 de dezembro de 2010
Mulheres que andam com os lobos
Uma mulher saudável assemelha-se muito a um lobo... robusta, plena, com grande força vital, que dá a vida, que tem consciência do seu território, engenhosa, leal, que gosta de perambular.
Entretanto, a separação da natureza selvagem faz com que a personalidade da mulher se torne mesquinha, parca, fantasmagórica, espectral.
Não fomos feitas para ser franzinas, de cabelos frágeis, incapazes de saltar, de perseguir, de parir, de criar uma vida.
Quando as vidas das mulheres estão em estase, tédio, já está na hora de a mulher selvática aflorar. Chegou a hora de a função criadora da psique fertilizar a aridez.
A Mulher Selvagem carrega consigo os elementos para a cura; traz tudo o que a mulher precisa ser e saber. Ela dispõe do remédio para todos os males. Ela carrega histórias e sonhos, palavras e canções, signos e símbolos.
Ela é tanto o veículo quanto o destino...
Aproximar-se da natureza instintiva não significa desestruturar-se, mudar tudo da esquerda para a direita, do preto para o branco, passar o oeste para o leste, agir como louca ou descontrolada. Não significa perder as socializações básicas ou tornar-se menos humana.
Significa exatamente o oposto. A natureza selvagem possui uma vasta integridade...
Ela implica delimitar territórios, encontrar nossa matilha, ocupar nosso corpo com segurança e orgulho
independentemente dos dons e das limitações desse corpo, falar e agir em defesa própria, estar consciente, alerta, recorrer aos poderes da intuição e do pressentimento inatos às mulheres, adequar-se aos próprios ciclos, descobrir aquilo a que pertencemos, despertar com dignidade e manter o máximo de consciência possível.
Onde vive a Mulher Selvagem?
No fundo do poço, nas nascentes, no éter do início dos tempos...
Ela está na lágrima e no oceano. Está no câmbio das árvores, que zune à medida que cresce...
Ela vem do futuro e do início dos tempos...
Vive no passado e é evocada por nós...
Vive no presente e tem um lugar à nossa mesa, fica atrás de nós numa fila e segue à nossa frente quando dirigimos na estrada.
Ela vive no futuro e volta no tempo para nos encontrar agora.
Ela vive no verde que surge através da neve... nos caules farfalhantes do milho seco do outono... ali onde os mortos vêm ser beijados e para onde os vivos dirigem suas preces.
Ela vive no lugar onde é criada a linguagem...
Ela vive da poesia, da percussão e do canto...
Vive de semínimas e apojaturas, numa cantata, numa sextina e nos blues...
Ela é o momento imediatamente anterior àquele em que somos tomadas pela inspiração...
Ela vive num local distante que abre caminho até o nosso mundo.
As pessoas podem pedir evidências, uma comprovação da existência da Mulher Selvagem.
No fundo, estão pedindo provas da existência da psique...
Já que somos a psique, somos também a prova. Cada uma e todas nós comprovamos não só a existência da Mulher Selvagem, mas também a sua condição em termos coletivos. Somos a prova do inefável numen feminino...
Entretanto, a separação da natureza selvagem faz com que a personalidade da mulher se torne mesquinha, parca, fantasmagórica, espectral.
Não fomos feitas para ser franzinas, de cabelos frágeis, incapazes de saltar, de perseguir, de parir, de criar uma vida.
Quando as vidas das mulheres estão em estase, tédio, já está na hora de a mulher selvática aflorar. Chegou a hora de a função criadora da psique fertilizar a aridez.
A Mulher Selvagem carrega consigo os elementos para a cura; traz tudo o que a mulher precisa ser e saber. Ela dispõe do remédio para todos os males. Ela carrega histórias e sonhos, palavras e canções, signos e símbolos.
Ela é tanto o veículo quanto o destino...
Aproximar-se da natureza instintiva não significa desestruturar-se, mudar tudo da esquerda para a direita, do preto para o branco, passar o oeste para o leste, agir como louca ou descontrolada. Não significa perder as socializações básicas ou tornar-se menos humana.
Significa exatamente o oposto. A natureza selvagem possui uma vasta integridade...
Ela implica delimitar territórios, encontrar nossa matilha, ocupar nosso corpo com segurança e orgulho
independentemente dos dons e das limitações desse corpo, falar e agir em defesa própria, estar consciente, alerta, recorrer aos poderes da intuição e do pressentimento inatos às mulheres, adequar-se aos próprios ciclos, descobrir aquilo a que pertencemos, despertar com dignidade e manter o máximo de consciência possível.
Onde vive a Mulher Selvagem?
No fundo do poço, nas nascentes, no éter do início dos tempos...
Ela está na lágrima e no oceano. Está no câmbio das árvores, que zune à medida que cresce...
Ela vem do futuro e do início dos tempos...
Vive no passado e é evocada por nós...
Vive no presente e tem um lugar à nossa mesa, fica atrás de nós numa fila e segue à nossa frente quando dirigimos na estrada.
Ela vive no futuro e volta no tempo para nos encontrar agora.
Ela vive no verde que surge através da neve... nos caules farfalhantes do milho seco do outono... ali onde os mortos vêm ser beijados e para onde os vivos dirigem suas preces.
Ela vive no lugar onde é criada a linguagem...
Ela vive da poesia, da percussão e do canto...
Vive de semínimas e apojaturas, numa cantata, numa sextina e nos blues...
Ela é o momento imediatamente anterior àquele em que somos tomadas pela inspiração...
Ela vive num local distante que abre caminho até o nosso mundo.
As pessoas podem pedir evidências, uma comprovação da existência da Mulher Selvagem.
No fundo, estão pedindo provas da existência da psique...
Já que somos a psique, somos também a prova. Cada uma e todas nós comprovamos não só a existência da Mulher Selvagem, mas também a sua condição em termos coletivos. Somos a prova do inefável numen feminino...
Clarissa Pinkola Estés
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