sábado, 17 de dezembro de 2011

Das vezes que você
saiu sem nada dizer
quando voltavas sorrindo
eu sabia estavas mentindo

mas meu coração aceitava
com uma batida mais forte
nem eu imaginava tanto mal
acabava ali toda minha sorte

numa linda manhã de verão
entre sorrisos e lágrimas decidi
do coração nenhuma sugestão
seria então bem melhor eu partir.

Antonio Campos

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"O amor não conhece sua própria intensidade até a hora da separação."
( Khalil Gibran )

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Convenção dos feridos por amor

Disposições gerais:
a)Em se considerando que está correto o ditado “Tudo vale no amor e na guerra”;
b)Em se considerando que na guerra temos a Convenção de Genebra determinando como os feridos devem ser tratados, ao passo que nenhuma convenção foi promulgada até hoje com relação aos feridos de amor, que são em muito maior número;
Fica decretado que:
Art.1 – Todos os amantes, de qualquer sexo, ficam alertados que o amor, além de ser uma benção, é algo também extremamente perigoso, imprevisível, capaz de acarretar danos sérios. Consequentemente, quem se propõe a amar deve saber que está expondo seu corpo e sua alma a vários tipos de ferimentos, e não poderá culpar seu parceiro em nenhum momento, já que o risco é o mesmo para ambos.
Art.2 – Uma vez sendo atingido por uma flecha do arco de Cupido, deve em seguida solicitar ao arqueiro que atire a mesma flecha na direção contrária, de modo a não se submeter ao ferimento conhecido como amor não-correspondido. Caso Cupido recuse tal gesto, a convenção ora sendo promulgada exige do ferido que imediatamente retire a flecha do seu coração e a jogue no lixo. Para conseguir tal feito, deve evitar telefonemas, mensagens por internet ou todo e qualquer meio de sedução, já que os mesmos podem dar resultados a curto prazo, mas sempre terminam dando errado com o passar do tempo.A convenção decreta que o ferido deve procurar a companhia de outras pessoas, tentando controlar o pensamento obsessivo “vale a pena lutar por esta pessoa?”
Art.3 – Caso o ferimento venha de terceiros, ou seja, o ser amado interessou-se por alguém que não estava no roteiro previamente estabelecido, fica expressamente proibida a vingança. Neste caso, é permitido o uso de lágrimas até que os olhos sequem, alguns socos na parede ou no travesseiro, conversas com amigos onde pode-se insultar o antigo (a) companheiro(a) e alegar sua completa falta de gosto, mas sem difamar sua honra. A convenção determina que seja também aplicada a regra do Art.2: procurar a companhia de outras pessoas, preferivelmente em lugares diferentes dos freqüentados pela outra parte.
Art.4 – Em ferimentos leves, aqui classificados como pequenas traições, paixões fulminantes que não duram muito, desinteresse sexual passageiro, deve-se aplicar com generosidade e rapidez o medicamento chamado perdão. Uma vez este aplicado, não se deve voltar atrás uma só vez, e o tema precisa estar completamente esquecido, jamais sendo utilizado como argumento em uma briga ou momento de ódio.
Art.5 – Em todos os ferimentos definitivos também chamados “rupturas”, o único medicamento capaz de fazer efeito chama-se tempo. Não adianta procurar consolo em cartomantes (que sempre dizem que o amor perdido irá voltar), livros românticos (cujo final é sempre feliz), novelas de TV ou coisas do gênero.Deve-se sofrer com intensidade, evitando-se por completo drogas, calmantes, orações para santos.
Álcool só é tolerado em um máximo de dois copos de vinho por dia.
Determinação final:
Os feridos por amor, ao contrário dos feridos em conflitos armados, não são vítimas nem algozes. Escolheram algo que faz parte da vida, e assim devem encarar a agonia e o êxtase de sua escolha.
E os que jamais foram feridos por amor não poderão nunca dizer: “vivi”. Porque não viveram.

Paulo Coelho

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

SOBRE A ANGÚSTIA

Porque a angústia, meu amor, é essa tristeza sem rosto, sem acontecimento, sem desencadeador, sem réu.É de repente não caber em lugar algum e escrever esse amontoado de palavras magoadas com ninguém.Essa angústia a gente não puxa, não escolhe, ela entra na gente assim como a noite caindo lenta e definitiva.E ela aperta teu peito com toda disposição do mundo. Angústia te tira do mundo de fora, te deixa encolhido olhando pra dentro, porque não se pode apontar o dedo e nem colocar a culpa em ninguém, ela simplesmente é esse mal-estar que te faz querer mudar tudo de lugar e se fazer alguns ajustes. Você não vai conseguir sequer fingir que está bem se ela te abraçar.Angustia te deixa enfastiado com a própria rotina, com o seu jeito antigo de conduzir as coisas. Ela te pede morte e renovação. Ela te impõe uma perda irremediável do que você era antes, ela te força a trocar de pele como se você tivesse tomado muito sol ...sem proteção.O que a angústia quer de você é a desaceleração pra parar e contemplar e agir de acordo com o que pede a tua sede de alma...

Ela vem pra gritar aquilo que seu coração sussurrou tantas vezes num momento em que você pensava estar ocupado demais para ouvir.

Marla de Queiroz

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

domingo, 11 de dezembro de 2011