sábado, 30 de julho de 2011

"Não é preciso agendar, entrar em fila, contar com a sorte, acordar cedo para pegar senha: a possibilidade de recomeço está disponível o tempo todo, na maior parte dos casos. Não tem mistério, ela vem embrulhada com o papel bonito de cada instante novo, essa página em branco que olha pra gente sem ter a mínima ideia do que escolheremos escrever nas suas linhas.
O que é preciso mesmo é coragem para abrir o presente."

Ana Jácomo
Uma angústia que aperta o peito, que surge do nada e te coloca pra baixo com a facilidade de um amor perdido. Um sentimento estranho, como se as coisas estivessem saindo do controle… Controle esse que só finjo ter. Não tenho. Esse choro que insiste em sair, choro estranho, motivo que eu não consigo enxergar, tá embaçado, tá escuro… Mas não passa. Estranho como não passa e não se justifica também. Só flui, um choro calmo, ininterrupto, baixinho e sincero. E junto com as lágrimas molhando o travesseiro você sente a esperança se esvaindo, a sensatez voltando a sua forma normal, trazendo a realidade pra perto. E como dói sentir a realidade, dói sair do sonho, dói voltar pra vida. É como se eu estivesse presa numa caverna escura, abrindo os olhos para o sol pela primeira vez. Dói, fere, machuca… Mas cicatriza, passa, cedo ou tarde passa.
Maria Eliza Melo Zacarias.


sexta-feira, 29 de julho de 2011

"...Você não precisa de uma razão. Basta sentir a falta dessa pessoa. E, quando estão juntos, tratarem-se muito bem. Difícil exemplificar o que é tratar bem. Se são amigos mesmo, não precisam nem falar, podem caminhar lado a lado, em silêncio. Não é preciso trocar elogios constantes, podem até pegar no pé um do outro, delicadamente. Não é preciso se rasgar em manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, às vezes, elas são necessárias. Mas há sempre algo sublime entre os amigos de verdade. Talvez respeito seja a palavra-chave. Admiração, certamente. Cumplicidade? Mais do que isso. SINTONIA? Acho que é amor. Só mesmo amando para você confiar a ele o seu próprio inferno. E para não invejar as vitórias um do outro. Por amor, você empresta suas coisas, dá o seu tempo, é honesto nas suas respostas, cuida para não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços - mas liga quando o sumiço é exagerado. Correria não é desculpa! Se essas pessoas, que considera amigos (em pontencial), entraram na sua vida, não deixe que elas simplesmente, desapareçam. Infelizmente, a maioria das pessoas não só deixa, como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção. Acha que amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha. E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem dois amigos pra valer. E ainda argumentamos que a solidão é um sintoma dos dias atuais, tão emergenciais, tão individualistas. Nada disso. A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.”
Martha Medeiros
"A felicidade é simples, e quando você descobre isso ela deixa de ser uma espera e passa a ser um minuto, um segundo. E é de minutos e segundos que se faz a vida."
Tati Bernardi

quarta-feira, 27 de julho de 2011

As duas mulheres.
Duas mulheres únicas. Duas mulheres distintas.
Duas mulheres diferentes e ao mesmo tempo duas mulheres semelhantes.
Semelhantes até por suas grandes diferenças.
Uma queria contrariar a outra, não cometer os mesmo erros que esta e por fim tentar fugir do inevitável, o inevitável era que tinham o mesmo sangue, as mesmas origens, é inegável o fato de que uma pertencia à outra em tantos sentidos diferentes. Sentidos. São tantos os sentidos. São tantas as fases da vida. Quantas emoções uma mulher pode sentir em sua vida inteira? Alegria, felicidade, paixão, amor, desilusão, tristeza, angustia, sofrimento, infelicidade, felicidade novamente. Esse ciclo de sentimentos, essa montanha-russa de emoções pode fazer parte de apenas um dia na vida de uma mulher. E as duas mulheres sentiam-se muitas vezes assim, como se estivessem viajando eternamente nessa grande montanha-russa de emoções felizes e trágicas, memoráveis aventuras. Uma sentia-se sozinha abandonada, fracassada amorosamente. A outra se sentia assim também, mas negava sempre, nunca deixava muito clara as suas verdadeiras emoções em relação ao amor para os outros, só para ela mesma.
Muitas vezes trocavam seus papeis.
Muitas vezes uma consolava a outra com dureza e firmeza, teria que mostrar o quanto era forte para que essa outra também ficasse forte, mesmo sem se sentir assim. Quem deveria servir de exemplo para a outra às vezes não cumpria o papel. Ninguém é perfeito. As duas mulheres eram imperfeitas. Imperfeições. Cheias de imperfeições. Tinham imperfeições por todos os lados. Em cada esquina existia uma lhes apontando o dedo e rindo de suas caras amargas. As duas mulheres encontravam-se todos os dias, cada uma com sua rotina, mas sempre em algum momento do dia se viam e conversavam, mas nem sempre conversavam, muitas vezes apenas se viam e não tinham sobre o que conversar, mas uma sempre presente na vida da outra. Mesmo distantes, mesmo em cidades diferentes, mesmo a beira do precipício sempre estavam juntas, quase um casamento, um vinculo inexplicável, secreto, estranho, às vezes sentiam ódio. Ódio de quem lhes fazia sofrer, ódio por não terem poder para mudar seus destinos. Ódio. Amor. Amor. Amor. Amores. Já amaram, já foram amadas e sentem amor uma pela outra.
Branca
"Os dias se interrompiam quando ele ia embora. Recomeçavam apenas no mesmo segundo em que tornava a chegar.

Não sei quanto tempo durou. Só comecei a contar os dias a partir daquele dia em que ele não veio mais."

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 26 de julho de 2011

As pessoas complicam muito as coisas!!!... Sente saudades ? Ligue. Quer encontrar ? Convide. Quer compreensão ? Explique-se. Tem dúvidas ? Pergunte. Não gostou ? Fale. Gostou ? Fale mais! Tá com vontade ? Faça. Quer algo ? Pedir é a melhor maneira de começar a merecer. Se o "não" você já tem, tente... só corre o risco do "sim"... A vida é uma só !
(a.d.)

segunda-feira, 25 de julho de 2011

‎"Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer."
M. Quintana

domingo, 24 de julho de 2011

"Que seja doce o dia quando eu abrir as janelas e me lembrar de você. Que sejam doces os finais de tardes, inclusive os de segunda-feira - quando começa a contagem regressiva para o final de semana chegar. Que seja doce a espera pelas mensagens, ligações e e-mails bonitinhos. Que seja (mais do que) doce a voz ao falar no telefone. Que seja doce o seu cheiro. Que seja doce o seu jeito, seus olhares, seu receio. Que seja doce o seu modo de andar, de sentir, de demonstrar afeto. Que sejam doces suas expressões faciais, até o levantar de sobrancelha. Que seja doce a leveza que eu sentirei ao seu lado. Que seja doce a ausência do meu medo. Que seja doce o seu abraço. Que seja doce o modo como você irá segurar na minha mão."

Caio Fernando Abreu